domingo, 1 de julho de 2018

Distintivo de paraquedista da Força Pública paulista - 1953


Dentre tantas peças interessantes do Museu de Polícia Militar, existe uma bem curiosa: um distintivo do curso de paraquedistas da Força Pública de São Paulo.


Sim, tivemos um serviço de paraquedismo na Corporação. 

Para entender o porque disso é preciso situar o serviço no seu tempo. O nosso paraquedismo existiu entre 1950 e 1953. São Paulo não é um Estado pequeno (tem uma área equivalente à da à Grã Bretanha) e as estradas eram poucas e ruins.

Ainda nem se cogitava o uso de helicópteros que, se hoje são caros, nos anos 50 eram raríssimos e a um preço proibitivo.

Os paraquedistas paulistas foram pioneiros no serviço policial e de emergências, seguindo o exemplo dos smoke jumpers (bombeiros aéreos florestais) nos EUA e da Gendarmerie francesa.

A ocorrência mais importante atendida por eles foi saltar sobre a Amazônia num serviço de busca e salvamento do avião “president” da American Airlines que caiu entre o Pará e o Tocantins em 1952. O PARASAR ainda não existia.

Tratava-se do Boeing 377 Stratocruisier prefixo N 1039V , batizado Clipper Good Hope.

O Coronel Edilberto de Oliveira Melo, em seu explêndido livro "o salto na amazônia", detalha mais esse dramático episódio da Corporação.

Acima, o boletim Geral que criou o distintivo e abaixo, os paraquedistas da Força Pública de São Paulo em desfile.

Uma outra curiosidade: o bolso sobre o qual repousa o distintivo na foto é de um macacão usado pelos paraquedistas, também conservado no museu.



      Outra imagem, dessa vez com o embarque dos paraquedistas utilizando uma aernonave da VASP. A Força Pública, na época estava proibida pelas Forças Armadas de ter aeronaves. 

          Abaixo o macacão paraquedista conservado no Museu de Polícia Militar de São Paulo:




Para os colecionadores de militaria, uma alerta: hoje em dia se produz um distintivo quase igual a esse, só que com os dizeres “Polícia Militar” ao invés de “Força Pública”.  Existe ainda outro sem nada escrito, também produzido hoje.

Tratam-se apenas de “alegoria”, não representando os reais paraquedistas dos anos 50 do século XX.

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