Dentre
tantas peças interessantes do Museu de Polícia Militar, existe uma bem curiosa:
um distintivo do curso de paraquedistas da Força Pública de São Paulo.
Sim,
tivemos um serviço de paraquedismo na Corporação.
Para entender o porque disso
é preciso situar o serviço no seu tempo. O nosso paraquedismo existiu entre
1950 e 1953. São Paulo não é um Estado pequeno (tem uma área equivalente à da à Grã Bretanha) e as
estradas eram poucas e ruins.
Ainda
nem se cogitava o uso de helicópteros que, se hoje são caros, nos anos 50 eram
raríssimos e a um preço proibitivo.
Os
paraquedistas paulistas foram pioneiros no serviço policial e de emergências,
seguindo o exemplo dos smoke jumpers (bombeiros aéreos florestais) nos EUA e da
Gendarmerie francesa.
A
ocorrência mais importante atendida por eles foi saltar sobre a Amazônia num
serviço de busca e salvamento do avião “president” da American Airlines que
caiu entre o Pará e o Tocantins em 1952. O PARASAR ainda não existia.
Tratava-se
do Boeing 377 Stratocruisier prefixo N 1039V , batizado Clipper
Good Hope.
O Coronel Edilberto de Oliveira Melo, em seu explêndido livro "o salto na amazônia", detalha mais esse dramático episódio da Corporação.
Acima,
o boletim Geral que criou o distintivo e abaixo, os paraquedistas da Força
Pública de São Paulo em desfile.
Uma outra curiosidade: o bolso sobre o qual repousa o distintivo na foto é de um macacão usado pelos paraquedistas, também conservado no museu.
Outra imagem, dessa vez com o embarque dos paraquedistas utilizando uma aernonave da VASP. A Força Pública, na época estava proibida pelas Forças Armadas de ter aeronaves.
Abaixo o macacão paraquedista conservado no Museu de Polícia Militar de São Paulo:
Para os colecionadores de militaria,
uma alerta: hoje em dia se produz um distintivo quase igual a esse, só que com
os dizeres “Polícia Militar” ao invés de “Força Pública”. Existe ainda outro sem
nada escrito, também produzido hoje.
Tratam-se apenas de “alegoria”,
não representando os reais paraquedistas dos anos 50 do século XX.